quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

eclosão de cistos de artêmias salinas

Sem dúvida alguma, os náuplios de artêmias salinas, recém eclodidos de seus cistos, são a base alimentar dos alevinos de Bettas splendens em cada 9, entre 10 estufas de criadores brasileiros, sem medo de exagero.
Há quem ofereça apenas os náuplios de artêmias, logo após o saco vitelino do alevino estar esgotado. Pulando a fase de oferecimento de infusórios, paramécios, rotíferos, vermes-do-vinagre e até mesmo daphnias. Mesmo sabendo que nem todos os alevinos irão conseguir se alimentar deles, por serem grandes para algumas das pequenas bocas. Mesmo os menores náuplios. É óbvio que o processo seletivo da sobrevivência dos maiores e melhores preparados já se instala no plantel bem cedo. Os menores não sobreviverão.
Eu prefiro introduzir os náuplios de artêmias salinas, logo no primeiro dia de vida dos alevinos, em pequenas quantidades, junto com outros micro-organismos menores (principalmente vermes-do-vinagre). Na medida que os alevinos vão crescendo, vou diminuindo a oferta de vermes-do-vinagre e aumentando a quantidade ofertada de náuplios de artêmias salinas. Isto não quer dizer que o manejo descrito mais acima esteja errado, apenas não é o meu. É importante trazê-lo a luz e você decide qual será o seu caminho.
Abaixo vou apresentar como faço a eclosão dos cistos de artêmias salinas, de forma artesanal, bem simples e barata...

Você vai precisar de:
"Artemeira";
Bomba aeradora;
Difusor de ar (1 Entrada/2 Saídas), com controle de vazão;
Mangueira de silicone translúcida (ø 4-6 mm) para interligar a bomba aeradora, o difusor de ar e a "artemeira" (a medida que baste);
1 colher rasa de café de cistos de artêmia salina (esta quantidade pode e deve variar em função do volume de peixes a ser alimentado na sua criação);
1 colher de sopa cheia de sal-grosso (de churrasco), para cada litro de água;
1 colher rasa de café de bicarbonato de sódio/litro d'água (isto deverá ser o suficiente para elevar o pH da água para 8,0);
2 litros de água descansada (isenta de cloro)
1 pedaço de meia-de-nylon feminina (para tampar a "artemeira");
1 pedaço de elástico de costura (para prender a meia-de-nylon à "artemeira");
1 puçá de nylon 077 fios, para coletas;
Vasilha capaz de absorver o volume de água que cabe na "artemeira", no momento da coleta.
Sistema p/ eclosão de artêmias salinas

Como proceder:
Posicione a "artemeira" num nível mais baixo que a bomba aeradora, para evitar curto-circuito, caso haja retorno de fluxo de ar/água pela mangueira, por exemplo, depois de falta de energia elétrica;
Acople a mangueira que sai por baixo da "artemeira", numa das saídas do difusor de ar;
Adicione água na "artemeira", até completar aproximadamente 3/4 de sua capacidade total;
Adicione sal-grosso e bicarbonato de sódio;
Ligue a bomba aeradora e regule o fluxo de ar no difusor, de forma a liberar um bom volume de ar para agitar a água, com bolhas grandes. Se for preciso abra um pouco a outra saída do difusor, para reduzir o nível de ruído da bomba aeradora e aliviar a pressão;
Adicione os cistos de artêmias salinas;
Cubra a boca da "artemeira" com um pedaço de meia-de-nylon feminina, com o elástico de costura (para evitar que insetos caiam na água).

Coleta e Oferta:
24/36 horas após, você vai observar milhões de náuplios nadando na "artemeira", desligue a bomba aeradora (este tempo pode variar a cada lote de cisto para eclosão comprado);
Cubra a "artemeira" com um pano escuro, deixando apenas a sua base, recebendo luz (natural). Os náuplios vão se concentrar na base, procurando pela luz;
Desacople a mangueira do difusor, tampando sua ponta com o dedo;
Abaixe a mangueira para um nível abaixo da "artemeira". Tire o dedo da mangueira e despeje a água salobra com os náuplios de artêmias, num puçá de nylon 077 fios. Abaixo do puçá, posicione uma vasilha capaz de absorver todo o líquido que está na "artemeira";
Observe que os náuplios de artêmias salinas se concentram na parte afunilada do pet invertido da "artemeira" (formato de "v") e na superfície da água, estão os cistos que não eclodiram. Deixe escoar boa parte da água... Quando estiver quase acabando, interrompa tampando a mangueira com o dedo, para não sugar os cistos que não eclodiram;
Acople a mangueira novamente numa das saídas do difusor de ar;
Leve o puçá de nylon 077 fios até uma torneira e deixe escoar água doce, bem suavemente, para lavar os náuplios, tirando o sal. Faça isto por 30/40 segundos, aproximadamente;
Agora chacoalhe o pucá de nylon 077 fios num pote de água limpa, sem cloro;
Com uma pipeta ou seringa sugue os náuplios de artêmias salinas e oferaça ao alevinos em quantidade suficiente para que sejam consumidos rapidamente e de forma pulverizada em vários pontos do aquário de crescimento/engorda.
Coleta de náuplios de artêmias salinas com puça 075 fios

As artêmias salinas não sobrevivem muito tempo na água doce (aproximandamente 3 horas), portanto peque pela falta, mas jamais pelo excesso de alimentos no aquário dos alevinos.
Peixes adultos também podem consumir os náuplios, eles adoram caçar o que comem e é saudável oferecer alimentos vivos a eles, além da ração industrializada.
Se sobrar náuplios, você pode congelar, fazendo cubinhos congelados de náuplios, que podem ser raspados com uma colher e servidos aos peixes.
O ideal é você ajustar a quantidade de cistos a eclodir, para ter sempre náuplios fresquinhos para dar aos alevinos.
Sugiro que mantenha 2 ou mais "artemeiras" eclodindo náuplios, começando o processo em dias subseqüentes, de forma a ter sempre náuplios de artêmias salinas todos os dias, uma vez que podem demorar até 36 horas para eclodir.
Em determinado momento eu eclodia muitos cistos de artêmias salinas e optei por usar sal para uso agropecuário (não mineralizado), pois acabava saindo bem mais barato comprar saco de 25 kilos, do que usar sal-grosso de churrasco. Funcionou da mesma forma, não observei alteração alguma no volume de cistos eclodidos. Fica registrada aqui, a minha experimentação. Se o seu volume justificar, é uma saída interessante.
Se você não está conseguindo eclodir cistos de artêmias salinas, comece desconfiando dos cistos que podem estar velhos, mofados ou serem de baixa qualidade.
Procure adquirí-los de fornecedores idôneos e mantê-los em embalagens bem vedadas, em local seco.



Fonte: betta brasil

0 comentários:

Postar um comentário

tire suas duvidas aqui ON-LINE

Twitter Facebook Favorites More